Quando surge na tela em "Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1", o espião Ethan Hunt, vivido por Tom Cruise, está envolvo por sombras e caminha na direção da luz. É uma imagem icônica do aspecto mítico do personagem após sete filmes de uma das franquias mais lucrativas de Hollywood.
Mas, curiosamente, Hunt não é exatamente tratado como mito no vai e vem que são as correrias da equipe IMF, Impossible Mission Force. Seu status é muito mais de respeito e reverência vindo dos colegas, que identificam nele um bastião definitivo da moralidade e dos preceitos de defesa das nações acima de suas vontades pessoais.
Mas Ethan Hunt também é fruto de um outro tempo e assim é compreendido tanto por forças oficiais dos EUA, que o perseguem como um renegado, quanto pela conspiração de vilões que move a trama desse novo exemplar de "Missão: Impossível".
Afinal, Hunt agora enfrenta um adversário rarefeito, imaterial, que atende pela alcunha de Entidade e nada mais é do que uma superinteligência artificial que precisa ser encontrada antes que caia no controle de inimigos com intenções pouco nobres.
E como achar o que efetivamente não existe? De que maneira lidar com zilhões de dados e informações colhidos a cada segundo nas redes virtuais de todo o planeta e então transformados em ações sencientes de uma máquina sem corpo que tudo pode, tudo vê e tudo faz?
O centro nervoso desse enredo, movido a perseguição, diálogos dúbios, personagens trapaceiros e façanhas arriscadas de Cruise diante das câmeras, é literalmente uma chave em forma de cruz —que ninguém sabe exatamente para que serve. "Detalhes só atrapalham", diz o agente Dunn, papel de Simon Pegg, a certa altura.
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