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Cidades do Sul de Minas registram umidade do ar menor ou igual ao deserto do Saara; veja índices

Em meio à pior seca da história recente do país e das altas temperaturas, a umidade do ar evaporou e levou pelo menos 8 cidades da região a índices alarmantes nesta quarta-feira (11).


Oito cidades do Sul de Minas registraram nesta quarta-feira (11) umidade relativa do ar menor ou igual à do deserto do Saara, onde o índice varia de 14% a 20%. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).


Segundo o Inmet, nesta quarta-feira as cidades de Passos e São Sebastião do Paraíso apresentaram o menor índice de umidade na região: 13%.


Confira abaixo os índices:


Umidade registrada em cidades do Sul de Minas

Cidade

Umidade (%)

Passos

13%

São Sebastião do Paraíso

13%

Caldas

15%

Maria da Fé

15%

Machado

16%

Monte Verde

16%

Varginha

16%

Passa Quatro

19%

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) - 11/09/2024


A medição é feita pelas estações de monitoramento do Inmet, que estão em todas as regiões do país, mas não cobrem todos os municípios do Brasil.


A umidade relativa do ar vai diminuindo ao longo do dia, conforme as temperaturas vão subindo à tarde, quando chega aos menores níveis.


Situação no Sul de Minas


Os dados registrados no Sul de Minas durante este longo período de estiagem mostram picos críticos de baixa umidade relativa do ar em várias cidades. Esses níveis indicam condições severas de ar seco, que podem impactar tanto a saúde quanto a agricultura da região.

Para se ter uma noção, no deserto do Saara, no norte da África, a umidade do ar máxima é de 20%. No Sul de Minas, os dados do Inmet mostram que:


  • Passa Quatro enfrentou umidade extremamente baixa, com 8% em 20 de julho;

  • O menor valor foi registrado em Monte Verde, com apenas 7% em 27 de agosto;

  • Varginha, Maria da Fé e Machado chegaram a atingir entre 10% e 16% ainda no mês de agosto;

  • No início de setembro, cidades como Passos e São Sebastião do Paraíso, atingiram 9%; e Caldas atingiu 12%.



Por que isso está acontecendo?


O primeiro ponto é que estamos na estação seca, consequentemente, é um período com menos chuva e isso impacta na umidade relativa do ar que se estende até outubro. No entanto, a situação ficou mais grave por três fatores:


  • ☀️ Seca histórica: o Brasil vive a maior e mais intensa seca de sua história recente. Todos os estados, com exceção do Rio Grande do Sul, estão passando pelo pior período seco já visto. Segundo os dados do Cemaden, em dez estados além do Distrito Federal não chove há mais de cem dias.


  • 🥵 Calor intenso: setembro começou com uma onda de calor que vai levar cidades a níveis recordes de calor. Com a temperatura alta e menos chuva, a umidade acaba se dissipando.


  • ❌ Bloqueios Atmosféricos: o bloqueio é uma configuração dos ventos que impede o avanço de frentes frias e, consequentemente, das chuvas. Com menos nuvens e chuva, a umidade vai ficando cada vez mais baixa.


Quanto maior a temperatura, menor a umidade do ar. A gente está enfrentando um período extremamente seco com calor, isso faz com que a situação no país fique ainda mais grave.


E o que pode acontecer nos próximos dias?


➡️ Segundo os meteorologistas, a situação é grave e deve se manter assim nos próximos dias. Isso porque a previsão é de altas temperaturas com uma onda de calor. Além disso, há um aviso de baixa umidade feito pelo Inmet que abrange quase todo o território nacional.


Impactos na saúde


➡️ De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a faixa de umidade ideal para o organismo humano fica entre 40% e 70%. Quando essa taxa cai para 30%, já se configura uma situação de alerta, com prejuízos evidentes para a saúde.


O tempo seco pode levar a problemas respiratórios, cansaço, dor de cabeça, narinas e olhos ressecados. O desconforto é ainda maior para pessoas que já têm doenças respiratórias, como asma, rinite alérgica ou bronquite crônica, que ficam propensas ao agravamento dos quadros.


😷 Isso acontece porque um dos mecanismos de defesa que temos para as vias aéreas é o muco. Com o ar seco, esse muco também seca e isso piora a obstrução.


Dicas para enfrentar o tempo seco:


  • Beba bastante água (cerca de dois litros por dia ou 10 copos de água de 200 ml). Ela hidrata todos os órgãos, inclusive pele e mucosa.

  • Se puder, tenha um umidificador de ar em casa. Você também pode colocar uma bacia com água no ambiente ou uma toalha umedecida para minimizar os efeitos do ar seco, do ar poluído.

  • Hidrate bem as mucosas com soro fisiológico - pelo menos duas vezes ao dia.

  • Lave os olhos com soro fisiológico ou com colírio de lágrima artificial.

  • Cuidado com bebidas alcoólicas. Elas podem refrescar, mas também desidratam.

  • Mantenha a casa limpa, evitando o acúmulo de poeira.

  • Evite praticar exercícios físicos das 11h às 17h.

  • Proteja-se ao máximo do sol e evite o ressecamento das mucosas e pele.

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